segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sacolinha, o escritor

"Olha aquele livro na prateleira. É literatura marginal. Você sabe o que é isso?", disse o bibliotecário. Estava devolvendo um Saramago e não pretendia pegar mais nenhum. O título da obra "85 letras e um disparo" chamou atenção. Depois de um período lendo muitos clássicos e alguns best-sellers, mudar de estilo com certeza seria bom.

"O escritor trabalha com cultura na prefeitura de Suzano", contou o sempre atencioso bibliotecário. Depois de uma olhada rápida no livro, descubro que Sacolinha é um jovem simples que, desde de 2002, envolveu-se com a literatura e não parou mais. Lançou seu primeiro livro, "Graduado em Marginalidade", em 2005.

Na internet, encontro seu blog: http://www.sacolagraduado.blogspot.com/. E assim aprendo mais sobre um mundo que conheço muito pouco.

A leitura de "85 letras e um disparo" flui com naturalidade. O estilo é leve, apesar da temática pesada. Dá para perceber que Sacolinha lê bastante, pois ele cita muitas referências durante a obra.

Cheguei a me emocionar em alguns momentos. Ativistas culturais, especialmente quando adveem da classe baixa, são um tapa na cara para burguesinhas que costumam se preocupar com as mais diversas futilidades.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Profissional e ser humano


Na profissão de jornalista, por vezes mal exercida e por diversas vezes território de narcisistas alienados, encontrar alguém como ele é, no mínimo, um motivo para renovar as esperanças. Em uma manhã de sábado, professores e alguns jornalistas apertaram-se em uma sala de aula da rede municipal de ensino para ouvir Heródoto Barbeiro. A palestra abordou a comunicação e o meio ambiente. O jornalista é proprietário de uma reserva de Mata Atlântica no distrito de Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes, e vice-presidente da Associação Amigos de Taiaçupeba. A entidade trabalha no combate ao desmatamento, falta de segurança, favelização, poluição das águas, loteamentos clandestinos, entre outras iniciativas.


Heródoto contextualizou a situação atual da Amazônia, tratando dos recentes impasses em que se encontra o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Contou histórias do início da sua carreira como professor de História. Falou da sua ida para o jornalismo aos 40 anos de idade. Muitos fatos que eu já sabia, pois acompanho a carreira dele e já tive oportunidade de entrevistá-lo algumas vezes, mas não canso de escutar.
"Na questão ambiental, se você não age a favor, está automaticamente contra o meio ambiente", ele disse para finalizar o encontro.
Admiro-o cada vez mais. É das poucas pessoas que tenho como referência.
Vou retomar a leitura do último livro que Heródoto lançou e escreverei algo em breve.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O que aprendi com uma gaivota

Peguei o livro na Yoga e li em pouco mais de 30 minutos.

"Como vale a pena agora viver! Em vez da monótona labuta de procurar peixe junto dos barcos de pesca, temos uma razão para estar vivos! Podemos subtrair-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis! Podemos ser livres! Podemoas aprender a voar!"

A gaivota descobriu que podia mais do que haviam lhe ensinado.

"Então o paraíso é isto, pensou, e teve de sorrir de si próprio. Não era muito respeitoso analisar o paraíso precisamente quando se estava voando para entrar nele"

O prefácio diz:

"Um hino à liberdade

Para as pessoas que inventaram as suas próprias leis quando sabem ter razão; para as que têm um prazer especial em fazer coisas bem feitas, nem que seja só para elas; para as que sabem que a vida é algo mais do que aquilo que os nossos olhos veem."

A história de Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach